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domingo, outubro 05, 2008
Passatempo Pipoca- o vencedor

Ora então muito bem. Peço desculpa por só agora anunciar o resultado de mais um brilhante passatempo, mas este foi, de facto, bastante concorrido, e eu e os excelsos representantes do Governo Civil tivemos que avaliar os textos um a um.

Pois que o grande vencedor dá pelo nome de Nuno Silva e vai receber na sua alegre casinha uma bonita t-shirt Pipoca (já está a caminho, meu querido). Quanto ao jantar, dispensa, porque não mora em Lisboa (e não está para fazer 300kms só para vir jantar comigo... tudo bem, tudo certinho... assim se vê quem realmente interessa). Ora então aqui fica o texto vencedor:

Tu fazias a noite apetecer, com o teu vestido cinza, aquele que te esculpe a perfeição, e os sapatinhos Louboutin, os que te elevam acima das outras, em tudo o mais. Sentaste-te à minha frente, duas mesas mais além. Mandaste os rissóis de camarão embora, rejeitaste o vinho da francês, pediste a água natural e esperaste pelo prato de sempre. Imaginei-te a sonhar com uma deliciosa iguaria , daquelas confeccionadas pelo brilhante Ratattouille, a ratazana deprimida mais querida de Hollywood. Mas não. Na tua testa rodava a frase: “Comia o Quique Flores à colherzinha”, tal qual o nome de um vencedor de Buzz serpenteia pelo palco.

Por momentos quis ser Quique, cigano, ter pinta, esbanjar charme, apesar das patilhas. À minha frente uma deusa e eu estático a olhar, qual cão de loiça abandonado.

Até que me levantei. Atirei com o guardanapo para a mesa, fui até ti, olhei-te nos olhos, tu olhaste para mim... e lá se foi o Quique, lá se foram o vestido e os Louboutins, lá se foi tudo o mais. A noite foi só nossa. Os dois fomos um, qual Eusébio e Amália, as indestrinçáveis lontras que nos fazem amar o Oceanário.

Gostaram? A Pipoca gostou. Mas porque este foi realmente um concurso muito especial e participado, a Pipoca decidiu atribuir, como sempre, menções honrosas. E é tão, mas tão, mas tão generosa, que uma destas menções também vai receber uma t-shirt igual à que está ali ao lado, desenhada por esses grandes queridos que dão pelo nome de Cão Azul. Desta feita, quem escolhe o vencedor são vocês, por isso vamos lá a votar no vosso texto preferido, sim? Ora então aqui ficam eles:

Concorrente número 1: Fofocas do Dia

Benfica querido Benfica
Só me pões a stressar
tanta porcaria comi
uma lontra vou ficar

Durante o jogo morfei
Bons Rissóis de Camarão
Bolinhos de Bacalhau
E tudo que vinha a mão

O cão de loiça da sala
até voou pelo ar
foram 2 golos seguidos
nem m'estou a acreditar!

Não me posso descompor
o verniz eu vou quebrar
os sapatinhos louboutin
calçados, ai vão ficar!

No meio da confusão
vi ratazana deprimida
ai meninas o meu perdão
era lagartagem abatida

Agora vem o melhor
o treinador vem falar
ai QUIQUE,QUIQUE, QUIQUE
acho que vou desmaiar!

Eu não sei se aguento muito
ai que me dá uma coisinha!
Já sei bem o que lhe fazia
Comia o Quique Flores à colherzinha!

Concorrente número 2- Vasco Trigo

E quem está muito contentinho com mais um passatempo para a Pipoca ponha o dedo no ar! Vamos lá, quero ver!
Pois é, há muito que não havia ratazanas deprimidas aqui pelo estaminé a cirandarem, mas eis chegada a hora de mais um passatempo. Para não lhe dificultar muito a vida, o passatempo segue a lógica dos anteriores (que não houve): ou seja, terá que fazer rissóis de camarão (no formato que quisere, que o Vasquo não é ditador), que proporcionem uma refeição com final feliz (que para tristezas chegam-me as suas). Para a coisa ficar muito mais interessante, terá que incluir OBRIGATORIAMENTE as seguintes palavras/expressões dentro do rissol, qual sopa de letras:
- Pezinhos de coentrada

- Lémure
- Espetava o Daniel Oliveira à colherzinha
- Cristais Swarovski-
Abelha Pespineta
- Ténis Converse All Stars
Fácil, certo? Se for vencedora, será aclamada em apoteose aquando da comemoração do primeiro milhão de visitantes do Maxim (se lá chegarmos algum dia, claro está). E como se trata dum evento ultra-hiper-mega-marcante na história deste blog, para além da bonita t-shirt "Comia o Qiuque Flores à colherzinha", terá direito a... um jantarinho com um magnífico cão de loiça* da Marinha Grande! Não é espectacular??? Não está já em ânsia??? Não teme nem sequer conseguir sonhar com uns sapatinhos Louboutin fucsia esta noite??? Pois. Então vá lá à sua vidinha, que eu fico à espera do texto (que, como já sabe, deverá enviar para
vascotrigo@gmail.com).

*se preferir em alternativa receber como prémio uma visita ao Oceanário e mergulhar com a lontra Elisa, eu também percebo e posso tentar arranjar um tour personalizado com direito a desconto de cartão-jovem.

Concorrente número 3- Nestum Figo

O Eusébio olhou uma última vez para aquela que tinha sido a sua casa durante tantos anos. Os seus olhos percorreram os vários recantos, mas sem saudade. Estava farto da sua vida como lontra no Oceanário. Queria descobrir o mundo lá fora, conhecer todos aqueles lugares míticos, de beleza inenarrável, de que tanto tinha ouvido falar: Chelas, Olivais... Moscavide! Tinha chegado a altura. Estava tudo preparado para a fuga, o plano era perfeito. Foram meses de preparação, incluindo as explicações de matemática com o pinguim dos óculos, que até era engenheiro do Técnico mas não tinha conseguido emprego melhor do que ser pinguim lá no habitat antártico. Estava tudo calculado. Se fosse outro narrador, o Eusébio reveria mentalmente todo o plano mais uma vez, para aumentar o suspense, mas realmente não era necessário. O Eusébio apertou o fecho do fato de mergulho bem até acima e mergulhou.
A água estremeceu um pouco, mas não muito. A única a acordar foi a raia, que andava com aqueles pesadelos da caldeirada outra vez. Um rouxinol das Berlengas e mais uma ou outra ave rara que por lá dormiam, incluindo o Sr. Zulmiro da Segurança, reviraram-se na cama... mas ninguém deu por nada. O Eusébio encontrou a conduta de saída da água exactamente onde esperava, retirou a grelha, que até nem custou tanto a sair como nos filmes, susteve a respiração por mais uns segundos e avançou corajosamente pelo túnel escuro, tateando as paredes, até entrar noutra conduta onde a água corria com força e... uooooooaaaaaauuuu boing boing boing uaaaaaaaah splash! Ufff... finalmente pôde respirar! Tal como planeado, tinha encontrado o tubo que expelia a água do Oceanário. O Eusébio estava agora no canal subterrâneo que o levaria, a ele e a muitos outros detritos, à liberdade! Ao fundo via o ténue reflexo da lua lá fora [na realidade era um pirilampo extraviado -- o Eusébio não sabia, mas não via muito bem]. Emocionado, mas não sem algum receio, avançou com braçadas silenciosas. Estava seguro que ia na direcção certa, com a corrente, apesar do luar parecer estar cada vez mais longe. Talvez a lua no mundo exterior fosse diferente daquela que ele via todas as noites no telhado de vidro do Oceanário. "Tantas coisas novas que terei que aprender!", pensou o Eusébio para consigo próprio. Sentiu o corpo a aquecer com o entusiamo da vida nova que o esperava, e preparava-se para dar uma braçada mais vigorosa quando... ouviu um soluçar na margem do canal. Parou e viu, encolhida e a chorar, a lontra mais bonita que já alguma vez tinha visto na sua vida [na realidade, era uma ratazana deprimida]:
- Estás bem?, perguntou o Eusébio.- ?... sim... snif..., disse ela virando-se para o sítio de onde vinha a voz.
Os seus olhares cruzaram-se e fixaram-se por demorados segundos. Ela nunca tinha visto um rato tão grande, mas até gostava deles altos, e aquele fato de mergulho apertadinho não lhe ficava mal não senhor. "Que bigodes tão sexy!", pensou o Eusébio.
- Como é que te chamas?, perguntou ele.- Ratocas.- Que nome tão lindo!- E tu?- Eusébio.- Que nome tão lindo!
E finalmente a Ratocas esboçou um sorriso, limpando os olhos das lágrimas que ainda tinha pensado chorar.
- Porque estás tão triste?, perguntou o Eusébio.- Ora, é sempre a mesma coisa... só que desta vez foi pior!...
E a Ratocas contou o que se tinha passado:
Comia o Quique Flores à colherzinha uns rissóis de camarão, tranquilamente numa esplanada, quando foi supreendido por vários flashes. Eram os paparazos do Correio da Manhã! A sua superstição de se vestir de sevilhana, como a tia Lola, na véspera de cada jogo tinha sido descoberta! Ele até tinha pedido um Sumol de ananás em vez da habitual Coca Cola, para passar mais desapercebido, mas tinha sido traído pelos sapatinhos Louboutin! De facto, não eram muito sevilhanos, mas ora bolas, um mister já não pode ter bom gosto para sapatos?! Foi um escândalo, no dia seguinte estava na primeira página de quase todos os jornais, e também do 24 horas. O Jogo fez uma edição especial. Era o fim. Ainda se tivesse sido o Nuno Gomes, pronto, as pessoas compreendiam. Mas o Mister Flores?... Estava tudo acabado... se a autoridade no balneário já não era muita antes, imaginem agora... A própria águia Vitória perdeu o apetite.
- Já o ano passado fiquei assim... Quando o Fernando Santos contratou o Luís Filipe para o Benfica... O homem defendia tão bem como um cão de loiça, sendo que ao menos este último não marcava auto-golos... Mas isto agora... ainda é pior!...

- Não te preocupes, Ratocas, já passámos por pior, disse o Eusébio, preparando-se hesitantemente para lhe fazer uma festinha.
- Sim?, disse a Ratocas, pondo-se a jeito.
- Não te lembras do tempo do Artur Jorge?, disse o Eusébio acariciando meigamente a Ratocas.-
Oh, sim, tens razão... Oh, leva-me para longe daqui!, disse a Ratocas abraçando-se com força ao Eusébio.
- Queres vir comigo para Moscavide?, disse o Eusébio ansioso. Dizem que é muito bonito!
- Sim, também já ouvi dizer, tenho lá família
.- Vamos?, perguntou o Eusébio olhando fixamente para a Ratocas, tentanto não olhar de maneira muito óbvia para os seus bigodes... Mmm... e que bigodes! Nunca tinha visto uma lontra assim!
- Vamos!, respondeu a Ratocas com um grande sorriso, mirando o Eusébio de alto e baixo e pensando: "O danado do rato é um bocado esquisito, mas até é giro!".
A assim foram de mão dada para Moscavide, onde foram felizes para sempre, não sem antes passaram pelo estádio da Luz, para dar um pontapé no rabo do Nuno Gomes, o que foi totalmente injusto, mas soube muito bem.


Concorrente número 4- André Penim

Lá estava eu, mais uma ratazana deprimida no meio de tantas outras, à espera de pelo menos um empate do meu Benfica.
O resultado ao intervalo não é animador, portanto devoro os rissóis de camarão que trouxe de casa dentro da ‘tamparuére’(sim, que eu sei francês!) enquanto a minha mente imagina que como o Quique Flores à colherzinha. A acompanhar, um pequeno termo com Sunquick. Mas sem estar diluído em água, que aqui a Jessica Rubina é poupadinha, e assim com’assim, no final sempre dá aquele efeito de glosse nos lábios.

Começa a segunda parte. O meu Quiquinho optou por substituir o Cardozo pelo Nuno Gomes. Aquela Amélia... mais frágil que um cão de loiça. Ou como se diz em francês (sim, que a Jessica é fina)... un chien de louss. Ou un chien de loiçe? Olha, un chien du pxibéque, que é a mesma coisa.

Quinze minutos da segunda-parte. Mais um golo do Trofense. Decido ir ao tuálete. O Sunquick faz-me gases. Daquele tipo de gases 2 em 1. Cheiro e barulho num só. O meu mais velho chama-lhe o peido Head & Shoulders.

Ao regressar do wc cruzo-me com a lontra do segundo esquerdo. Tem a mania que é cheia de finesse só porque calça uns sapatinhos louboutin oferecidos pela irmã que vende o rabo ao engenheiro Azevedo e porque consegue manter os 92 kg desde que foi ao Tallon... em 1986. A pêga.

Lá foi ela pavonear-se para o meio da claque. De braços no ar, chama nomes ao árbitro enquanto a banha que sobrou do Tallon faz a ‘Hola’ ao som do tambor do Idalino. No corpo da besta, destaca-se a t-shirt do glorioso coladinha ao peito 38 copa D. Nas costas lê-se ironicamente o nome ‘Petit’. Sim, que aqui a Jessica Rubina é fina... e percebe francês.

Fim do jogo. Trofa faz a festa.


Concorrente número 5- Marta Teixeira

Eram já 3 da matina já quando acordei estremunhada com o basqueiro infernal proveniente do moquifo de cima. Esfreguei os olhos e pensei:
- Rais parta as lontras não conseguem dar uma em silencio!
Eram eles de novo, aquele mamifero balofo do vizinho e a histérica da mulher, a ‘Zabelinha, como ele lhe chamava, em conversações carnais. Tentei ignorar a batucada feita plo bater da cama , e dei mais uma volta no meu leito. Ao inicio foi dificil abstrai-me, mas depois imaginei aquelas tribos indigenas em danças funebres e guinxos indecifráveis e pouco a pouco o som foi-se desvanecendo.
Adormeci e voltei a acordei transtornada com um sonho deveras esquisso! Sonhei que saltei da cama, vesti o robe d’um rompante, calcei os meus sapatinhos Louboutin (pra meter respeito) e fui ao andar de cima, furiosa de cabelo no ar e olhar raivoso, bater à porta do Mamifero ruminante, disposta a partir-lhe o focinho à chapada por causa do barulho.

Abriu-me a porta, de cueca estampada e eu, antes que ele pudesse proferir palavra saltei lá para dentro antes que ele não me desse tempo de reclamar tudo o que eu queria:

- oiça laaaaaaaá, disse eu com o dedo espetado quase encostado ao nariz gorduroso dele, não esta a ver que horas são!!!!???

Ele saca dum prato de rissois de camarão, e diz:

- Oh menina, vai um petisco para acalmar?

A minha vontade era enfiar-lhe os rissois todos pela goela abaixo, mas o que me saiu foi:

- Olhe mais depressa Comia o Quique Flores à colherzinha! !!!

O homem arregalou-me os olhos, vermelhusco, e de repente achei que me ia atiçar com o cão de loiça da entrada, mas nao, deu uma de ratazana deprimida, e disse:

- errr....desculpe menina, sabe, é que temos tido alguns problemas e hoje fizemos as pazes...

Iaaaaaaaaaaaaac!!! Pensei eu, so de pensar NAKILO entre aquelas duas criaturas peçonhentas, e respondi-lhe:

- ah sim? E o cão não se leva à rua???? Aposto que esta aqui à porta desde manhã!! Atirei-lhe um olhar de desprezo e censura e acrescentei:

- Nem o SLB descia tao baixo! COM LICENÇA!!!!!!

Dei meia volta, bati a porta atras de mim com toda a força , e acordei.... Afinal tinha sido sóoo um sonho :DDD


Concorrente número 6- Xixinguita

Ok… eu vou confessar! Eu sou mesmo uma lontra! Passo a vida a comer rissóis de camarão e depois fico tão inchada que me sinto uma ratazana deprimida… Sou tão gulosa que até comia o Quique Flores à colherzinha se tivesse oportunidade!! Ai se não comia… Um destes dias enervei-me por não conseguir enfiar os meus sapatinhos Louboutin nos meus pezitos gordos…e atirei-os contra o maldito cão de loiça que parecia estar a fazer troça de mim…e parti-o em mim pedacinhos. Pronto…já confessei! Já estava a inchar ainda mais com tanto sentimento de culpa.

Concorrente número 7- Alexandra Botelho

"Que dia de merda" pensou, enquanto batia com a porta da rua e descalçava os seus sapatinhos Louboutin beringela, atirando-os pelo ar em voo certeiro até ao já esmurrado cão de loiça que e vaca da ex-sogra lhe tinha oferecido num Natal qualquer e que ela ainda não tinha tido disposição para pôr no lixo. Atirou-se para o sofá, sentiu as calças demasiado justas, a apertar as coxas: "tenho que voltar ao ginásio, estou gorda que nem uma lontra. Pudera, este mês tem sido vernissage pindérica atrás de vernissage pindérica, onde só servem vinho da pipa e rissóis de camarão. Que porra de trabalho este!" Pegou numa revista, para relaxar…tinha na capa a mulher do Quique Flores, estudou a foto com atenção: "Há! Então é esta puta com cara de ratazana deprimida que come o Quique Flores à colherzinha? Cabra! Deves ter mais florzinhas na testa que eu euros na conta!". Largou a revista e ligou a TV, por sorte ia começar um filme bom na Fox, a preguiça era imensa mas foi até à cozinha, era impossível ver um filme sem estar a comer uma pipoquinha doce. "A dieta começa amanhã".

Concorrente número 8- Pedro Almeida

Era uma vez..., ou melhor, em certa e determinada altura o menino Pedro ganhou um jantar com a menina Pipoca, ele teria preferido uma Playstation 3, mas enfim, a cavalo dado...adiante.
Vai daí, no famigerado jantar, a Pipoca insistia que queria RISSÓIS DE CAMARÃO de entrada, mas o empregado bem se esforçava por dizer que não tinham, só se fossem dois copos de vinho verde, mas a Pipoca queria porque queria e queria. O empregado já enervado exclamou:
- A senhora é uma LONTRA!
E a Pipoca começou a chorar, a chorar, a chorar...até que reparou numa mesa lá mais para o fundo do restaurante um vulto algo familiar.
Seria possível ser o sobrinho da grande e defunta Lola Flores ?
- É ele, é ele.
Gritou a Pipoca.
- COMIA O QUIQUE FLORES À COLHERZINHA.
Gritou ainda mais alto.
O cigano Quique ao ouvir isto e ainda pouco habituado à nossa língua, assusta-se, dá um salto da cadeira e foge com tal pressa que até derruba o CÃO DE LOIÇA que dá as boas vindas aos visitantes junto à entrada do restaurante.
A Pipoca fica inconsolável com a sua fuga e chora ainda mais e mais e mais.
- Não chores, Pipoca. Pareces uma RATAZANA DEPRIMIDA assim.
Disse-lhe eu, mas não consigo perceber porquê, ainda piorei mais a situação.
Agora até já soluçava a pobre da Pipoca e entredentes gemia.
- Quero uns sapatinhos...uns sapatinhos...
- Não chores mais, rataz....Pipoca. Eu ofereço-te uns Jimmy Choo.
- Não, não. Quero outros.
- Uns Manolo Blanihk ?
- Não! Se gostasses de mim e me conhecesses sabias qual a minha preferência...vocês homens são todos iguais!
Vai daí, saco de uma caixa que tinha escondido debaixo da mesa e presenteio-a com isto:
-Oh! Uns SAPATINHOS LOUBOUTIN!
E a Pipoca ficou tão contente, tão contente, mas tão contente, que se pôs logo a ligar para todas as amigas a ver qual se casava primeiro para poder estreá-los.
Nisto, Quique Flores aparece junto à porta do restaurante com uma águia no braço e exclama:
- Vitória! Vitória! Acabou-se la história!


Concorrente número 9- Nuno Teixeira

E lá estava eu, a caminho do local combinado. Eu, o vencedor do Passatempo Pipoca. Eu concorri pela t-shirt, que é bem fashion e dá para sair à noite, permitindo mandar umas dicas do género: "Isso são pipocas na t-shirt?", "Não, é milho. Mas se me aqueceres o suficiente...". Segui o meu caminho, inócuo, sem saber o que esperar. Afinal, só tenho um nome: Pipoca. E umas fotos do cabelo. A minha moral estava pior do que uma ratazana deprimida, mas se até as ratazanas hoje em dia entram em filmes, cozinham e ganham Óscares...O trânsito na segunda circular adensa-se. Ainda bem que saí de casa cedo. A Pipoca deve odiar atrasos. Olho para o carro à direita. Vejo um casal. Discutem a altos berros. Já nada é como antes. Ela falava, gritava, gesticulava... e ele tinha tanta reacção como um cão de loiça que jazia num qualquer jardim, munido de incertezas.Escurece. Ligo os médios. Olho para o relógio de designer. Tenho a certeza que foi desenhado por alguém, logo, digo que é de designer. Eu é que sei. Tenho tempo. Chego ao local combinado, com 15 minutos de antecedência. Nem sinal da Pipoca. Aliás, nem sinal de pessoa parada junto ao restaurante com um olhar vago, visto que não sei quem ela é e era esse o critério de reconhecimento: o olhar vago. Subtil?! O coração trabalha mais que o costume, e eu sem lhe pagar horas extra. Aguenta, meu trabalhador precário, pois serás recompensado. "E se me aparece uma lontra qualquer, ò cromo?!". Não, descansa órgão vital. Irás bombear o sangue para os sítios correctos. Tenho fé.Fui passear pela zona, desentorpecer as pernas rígidas, do frio, não do nervosismo. Ainda. A noite cai totalmente, a lua ilumina os passeios húmidos, pois a velhinha da casa ao lado esteve a regar as plantas. Passo por uma esplanada. Vejo que servem muitas sopas, o que é agradável. De repente, os meus olhos prendem-se numa pessoa. Julgo ser conhecida. Tinha umas fartas patilhas. E era mesmo. Na esplanada, com uma sopa ainda quente, comia o Quique Flores à colherzinha, notando-se agrado nos seus dentes amarelos. (viste como dei a volta à coisa?!) 5 minutos para a tão temida hora. A garganta está seca. Os pés começam a suar. Os nervos fazem com que eu ande com a delicadeza de um bêbado com sapatinhos Louboutin apertadinhos. Ou seja, nada bonito de se ver. Se ainda fossem uns Manolo... Questiono o meu look. Questiono como será a Pipoca, e mais, como será a t-shirt. Faço uma última visita ao WC, para ultimar os detalhes. E ainda bem que o fiz. Reparei que tinha entre 2 dentes marotos, um pedaço do lanche. Ah, malditos rissóis de camarão, que me iam lixando a vida.Saio. Vejo ao longe uma pessoa com olhar vago. Mas não era ela... Era um atleta olímpico a pensar numa desculpa. Esperem, o que vêm os meus olhos? Junto ao restaurante, à hora marcada, uma menina de costas. Reconheci imediatamente o cabelo. Aproximo-me. O meu fiel órgão agita-se (o coração, claro). E...-Olá! És o Nuno? Eu sou a Pipoca Vasconcelllos!! *Kiss*-Olá! Pensei que fosses mais alta...


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