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sábado, junho 28, 2008
Be afraid, be very afraid

Eu enfio-me nos cinemas a ver filmes de terror mais ou menos como me enfio em montanhas russas, daquelas que são mesmo violentas. Assim que lá chego penso "mas que raio se me passou pela cabeça para me vir aqui meter?", e sofro que se farta, mas depois chego ao fim e já estou pronta para mais. Hoje deu-me para ir ver O Orfanato, um filme espanhol que não tem cenas de sangue, nem monstros, nem esquartejamentos, mas tem portas que batem sozinhas, e isso foi coisa que sempre me mexeu muito com os nervos. Uma pessoa vai ver um filme destes e passa o tempo ansiosa, com o coração aos saltos, em busca da melhor posição na cadeira para enfrentar o que está para vir. É uma tortura pela qual se pagam 4,90€ voluntariamente. Uma senhora sentada perto de mim suspirava de ansiedade, não parava quieta, ria-se de nervoso. E eu estava encolhida na cadeira, mãos junto ao coração com medo que me desse para ali um colapso, a dizer baixinho para a actriz "não te metas aí! Oh, mulher, está sossegada!", a rezar para que aquilo acabasse depressa mas que, ao mesmo tempo, durasse mais duas ou três horitas (se é para sofrer, é para sofrer à séria), nos momentos mais dramáticos os dedos cravados num braço amigo (gajas que me quisessem acompanhar para ver este filme? Nem uma! Bambis!). Aquilo acabou e saí da sala tipo gato com o pêlo eriçado, tamanha a enervação e os anos de vida que perdi. E na hora de ir ao parque de estacionamento buscar o ticket que tinha ficado esquecido no carro, foi impossível ir sozinha. Só imaginava crianças demoníacas a saltarem-me detrás dos pilares.Para a semana, quando já não me lembrar de todo o sofrimento, segue-se o novo do Shyamalan, que diz que também não é pêra doce. Porra, nunca mais estreia o do Panda, caracinhas.

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