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terça-feira, setembro 04, 2007
Se alguém tiver episódios cinematográficos para contar, que se chegue à frente

Isto porque eu não acredito, NÃO ACREDITO, que haja cenas dessas na vida real.
Na vidinha de todos os dias ela não corre atrás dele no aeroporto quando ele está quase, quase a embarcar para o Urzebequistão, completamente destroçado de tanta dor.
Ele não lhe aparece na praia quando ela está sentada na areia, olhar perdido no horizonte, i-Pod a tocar o All by Myself, da Céline Dion, maquilhagem aniquilada pelas lágrimas (nestas ocasiões convém sempre usar maquilhagem, o efeito do rímel a escorrer cara abaixo confere bastante dramatismo à cena).
Ela jamais lhe interromperá o casamento que ele inventou às pressas para a esquecer, para lhe dizer que não se case, que juntos é que a coisa faz sentido, que com a outra nunca será feliz (isto sem nunca perder a oportunidade de enxovalhar a desgraçada publicamente, claro está, adjectivando o vestido de "piroso" e referindo o quão sofrível é o penteado da desgraçada, esticando-lhe, solicitamente, um cartãozinho de um cabeleireiro dos bons).
Ele nunca lhe enviará um ramo de flores que mal passa na porta, com um cartãozinho a dizer "desculpa", preferencialmente marcado pelas lágrimas (e aproveito para perguntar: já alguém ouviu um homem pedir desculpa por alguma coisa? Dizer que sim não serve. Quero provas áudio ou documentação com caligrafia reconhecida pelo notário).
Pronto, e como já não imagino mais coisas que as gajas não sejam capazes de fazer por um homem porque, basicamente, fazemos quase tudo (sim, fazemos porque queremos, somos burras por opção, ninguém nos pediu nada, fuck off, mimimimimi...), vou ter que me concentrar em listar tudo aquilo que um homem nunca fará por uma mulher (logo hoje que tinha pensado em ir dormir cedo....). Pronto. Reformulo. Vou apenas listar aquilo que homem nenhum, em tempo algum, fará por mim (e com isto já tenho com que me entreter até à Páscoa):
- Portanto, tudo o que meta flores é para esquecer. Só recebi um ramo, uma vez na vida. O cartão dizia "é o primeiro de muitos". Ah ah! Ainda hoje me rio à conta disso.
- Se calhar resumia isto ao capítulo surpresas: nunca tive namorados que me fizessem surpresas. Aquela coisa das missivas apaixonadas, prendas, viagens surpresa....ora deixa cá ver... não, não e não. Ah, então e cd's com músicas fofinhas, perguntam vocês? Pois, também não. Nem sequer telefonemas a meio da noite só para dizer que sou um doce de miúda? Nem isso. Voltar mais cedo de férias e aparecer de surpresa? Népia. Fins-de-semana nas pousadas de Portugal? Nicles. E já nem falo dele aparecer num cavalo branco, sabe Deus como é difícil encontrar cavalos brancos nesta cidade (a menos que se pedisse um emprestado à GNR, mas perdia logo metade da piada).
- Levar com os pés e o gajo perceber que foi um grande erro, disparate supremo, não posso viver sem ti. Não vai aparecer com flores (já falámos que tudo o que meta flores é para esquecer) e o cartãozinho "desculpa" (já falámos que os gajos não pedem desculpa). Não me vai fazer seguir pistas que começam à porta do trabalho e acabam em Paris. Não me vai levar a ver o mar, com músicas queridinhas e de reconciliação a tocar no leitor de cds. Um anel! Nunca ninguém me vai dar um anel! E uns Manolo embrulhados em papel de seda? E beijos à chuva? E um pedido de casamento no estádio da Luz, com a minha cara chapada nos ecrãs gigantes, os pontos negros ali bem especados para quem quiser ver?

Pronto, acho que já deu para ficarem com uma ideia. Por isso, mandem-me as vossas histórias hollywoodescas, que eu quero ler. Não que vá ficar esperançada, já disse que essas coisas não me acontecem, e o reconhecimento é o primeiro passo para a cura. É só para saber se existem mesmo e me rir de forma mesquinha. Invejosa, vá.

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Teorias absolutamente espectaculares

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