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domingo, setembro 02, 2007
Ontem senti falta de amor

E por isso fui às compras. Entrei na Fnac decidida a trazer todos os livros manhosos que me fizessem chorar horas a fio. Queria histórias de gente mais desgraçada que eu. Não queria histórias inspiradoras, esperançosas e com finais felizes. Não, queria a triste realidade dos que levam vidas de merda, tipo "Queimada por amor", "Trocada por Camelos", e outros que tais. Da pilha que trazia debaixo do braço, alguns ficaram retidos na censura da amiga que me acompanhava. Árdua tarefa essa, a de me aturar quando estou em dia não. O "É impossível amar e ser feliz ao mesmo tempo" ficou lá. Achei que devia ser bom. Olhei para o título e ouvi violinos, era mesmo aquilo. Mas não. Que é uma merda, que não é disso que precisas, compra antes clássicos. É assim tão difícil compreender a necessidade que uma mulher tem de ler maus livros quando está com um pé a resvalar para a depressão? É? Dos sete ou oito que me preparava para trazer só sobraram quatro: "13 Melhores Contos de Amor da Literatura Brasileira" ("sim, este podes levar, tem Machado de Assis, tem Drummond de Andrade, tem Luís Fernando Veríssimo... este pode ser"), "Contos", do chato do Oscar Wilde, "O Amor é Fodido", do Miguel Esteves Cardoso (nada que eu já não soubesse antes, mas é só para confirmar) e o "Guia Completo dos Gajos", do Dave Barry numa edição das Produções Fictícias (que comprei pela piada, porque tentar compreender os homens, já se sabe, é tempo perdido).
Como fiquei com a séria desconfiança que os livrinhos não seriam ajuda suficiente, optei por jogar pelo seguro e trazer para casa uns sapatinhos novos. Isto sim, é terapia da boa. E só mesmo para assegurar que ia ficar mais animada, ainda enfardei um croissant com chocolate da Bénard e fui jantar ao japonês. Não fiquei particularmente mais feliz, mas não se pode dizer que não tentei.

E alguém que me ame incondicionalmente, não há?

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