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quinta-feira, agosto 02, 2007
Estou farta!

Fartinha de ser suburbana! A procura de casa tem-se intensificado nos últimos dias, a coisa está por um fio. Hoje apanhei logo com o metro avariado, que é sempre uma coisa boa para começar o dia. Vá de apanhar um autocarro para a urbe, cheio de gente, um calor desgraçado, putos aos berros, enfim... Finalmente lá alcancei uma estação onde o metro já dava um ar da sua graça. Estava eu paradinha, a ver as horas passar, quando sinto um dedinho a tocar-me no ombro. Era um gajo que eu nunca tinha visto na vidinha, nem assim de longe, não tinha a mais remota lembrança visual daquele ser. Disse-me "olá" , e perante o meu ar de idosa com Alzheimer a olhar para ele e a tentar perceber se nos conheciamos de algum lado, acrescentou um brilhante e muito elucidativo "só queria dizer olá". Ao mesmo tempo que dava uns passinhos para trás (não fosse o gajo lembrar-se de me atirar para a linha), perguntei ao jovem porque é que ele me queria dizer olá, e ele lá disse "ah, é que somos mais ou menos vizinhos, e costumamos apanhar o mesmo autocarro". Fiquei com ar de urso panda a olhar para o rapaz, sem ter rigorosamente nada para lhe dizer, e ele ali especado. Juro que vislumbrei um certo ar de psicopata nos olhos dele. E, no meu íntimo, sei que vou acabar regada com gasolina. Enviei, discretamente, uma mensagem ao (projecto de) namorado, a pedir para me ligar, e fui o caminho todo a falar com ele, como se tivéssemos coisas muitíssimo interessantes para falar ao longo de 15 minutos, o tempo que durou o trajecto.
A minha questão é: eu vivia feliz sem saber que esta pessoa existia. Mas, a partir de agora, vai ser impossível ignorá-lo e nunca mais na vida vou estar sossegadinha, porque vou estar sempre à espera que ele me dê fogo ao cabelo ou qualquer outra coisa simpática assim do género. Medo.

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