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terça-feira, julho 10, 2007
Depois de em Janeiro deste ano...

... ter pago 4 mil euros à (PUTAAAAAAAAAAA da) Segurança Social e de ter, assim, saldado toda e qualquer dívida para com essa entidade tão distinta e que para tanto me tem servido, eis que hoje cheguei a casa e tinha à minha espera um bonito envelope com o símbolo da SS. Respirei fundo, sentei-me no sofá e tentei pôr em prática todo um conjunto de exercícios de relaxamento que incluíam dizer "a Segurança Social é fofinha, a Segurança Social só quer o nosso bem, a Segurança Social e todos os seus funcionários são dos amigos mais preciosos que podemos ter". Abri o envelope a medo e fiquei ali um minuto entre o "vou ali à cozinha buscar a faquinha mais afiada que lá tiver e corto os pulsos, mas lentamente" ou "vou-me atirar para o chão com um ataque de riso compulsivo e dizer "ai, estes senhores da Segurança Social, sempre na rambóia, pá":

"Informa-se V.Exª de que se encontra em dívida na Segurança Social o valor constante do extracto em anexo, a qual deve ser regularizada no prazo de dez dias"

Pipoca consulta o belo do extracto em anexo e, aaaaah, surpresa das surpresas, os senhores estão-me a pedir que volte a pagar todos os meses que já paguei há meio ano. Mas como são mesmo muita fofinhos, ainda comunicam que "se necessitar de qualquer esclarecimento complementar sobre a sua situação contributiva, poderá contactar este Centro Distrital da SS, que lhe prestará todo o apoio necessário quanto à melhor forma de proceder à regularização". Sou uma fraca, eu sei, mas continuo a comover-me com estes gestos de bondade, esta capacidade de estenderem a mão a quem precisa, ainda que estejam a ser altamente prejudicados. É uma verdadeira bofetada de luva branca, um gesto nobre como já não se vê por aí!

Obrigada, meus grandes queridos! Do fundito de mi corazón! E já que se estão a oferecer para ajudar esta pobre desvalida e caloteira que vos anda para aqui a tentar endrominar, eu digo desde já que sim, que preciso de esclarecimentos complementares sobre a minha situação contributiva. Ora então, com a vossa licença, aqui ficam as minhas dúvidas:



  1. Ora portantos (respira Pipoca Mais Doce, tu respira, tu não te enerves, mulher), lembram-se, ainda que vagamente, de eu ter estado aí em Janeiro? Pois, não lembram, não é? Eu percebo, passa muita gente na SS e, como se sabe, os vossos funcionários têm todos para cima de 73 anos e a idade passa por todos, não é? Está certinho. Mas é verdade, eu estive mesmo aí! Dois dias seguidos. Três e quatro de Janeiro. Pelo menos é o que diz nos carimbos dos recibos que me passaram. Mas pronto, toda a gente está sujeita a enganos, não é?

  2. Ainda que não se lembrem, eu fui aí para pagar uma dívida. Sim, vejam lá a coincidência, ele há coisas! Em Dezembro recebi um papelucho igualito, igualito ao que me mandaram agora, a dizer, em termos pomposos, que eu vos devia dinheiro e que se não pagasse me faziam a folha. Lá me arrastei até às vossas confortáveis instalações e, depois de ter insistido com a avó que estava ao balcão e que garantia que "não, menina, não tem dívidida nenhuma para pagar", e eu a olhar para o computador e a ver lá tudo escarrapachado, e ela a dizer que não e eu que sim, lá se chegou à conclusão que afinal sim, que devia sim senhora.

  3. No dia 3 passei um cheque. No dia 4 passei outro. E até tenho cópias dos mesmos, tiradas por vocês. Ironias da vida. E a prestável senhora até me passou uma factura de quase 30 páginas (não estou a gozar!), uma por cada mês em falta, que eu compilei e da qual fiz um bonito livro de capa dura, intitulado "Dívidas à SS, como ser facilmente engrupido por essa corja".

  4. Se isto tudo já é de uma pessoa rir agarrada à barriga, vai às lágrimas quando chega à parte em que eu recebi um mail vosso a dizer qualquer coisa do género "tendo em conta que regularizou a situação a 3 e 4 de Janeiro não apresenta mais nenhuma dívida na SS".

Ora somando todos estes factos, como é que vocês, meu bando de incompetentes, imprestáveis e acéfalos, me vêm agora dizer que vos devo dinheiro? Heeeeeeeeeeeeein?????? Não falam uns com os outros? Não comunicam? Os computadores são daqueles que se usam na Moviflor, de brincar, e vocês fingem que estão a escrever??? Ou apontam tudo em post-its, é???


Amanhã de manhã, logo pela fresquinha (ou seja, nunca antes do meio dia e nunca depois do meio-dia e 29, que é quando aquela gente está no posto de trabalho) ligo para lá e espero que me resolvam o probleminha. Se me obrigarem a perder horas preciosas de vida para lá ir, juro que rodo a baiana, encho o livro de reclamações e exijo uma declaração assinada pelo ministro em como já não devo nada.


Tenho uma noite para me acalmar e esquecer o quão fácil é comprar uma arma em Portugal.

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Teorias absolutamente espectaculares

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