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sexta-feira, junho 08, 2007
Eu não sei se já disse...

...mas odeio visceralmente as teorias merdosas e presumidas-que-dói dos críticos de cinema portugueses. Sempre com a mania que são uns visionários, sempre com a mania que entendem imenso, sempre com a mania que estão um passo mais além da maioria do povo que, coitadinho, é sempre tão básico e previsível nas suas escolhas. Os blockbusters são, invariavelmente, corridos com uma estrela. Já tudo o que é oriental (ou português, pois está claro) é apelidado de obra-prima da sétima-arte. Tudo o que nós gostamos, eles odeiam. Por nenhum motivo mais prático ou objectivo do que, simplesmente, ser do contra. E por isso não me admira que os únicos filmes capazes de arrecadar mais de três estrelas sejam os do Nimas ou do King, as salas dos “entendidos”, as salas dos que odeiam o ruminar de pipocas ou o sorver de coca-colas de meio litro. Que são boas salas, que passam bons filmes, que eu também frequento, mas que não anulam um belo pacote de pipocas tamanho XXL num El Corte Inglês, enquanto se assiste a um Ocean’s 13 ou a um Piratas das Caraíbas, por exemplo.
Os críticos de cinema são a raça que mais nervos me dá. E lá vou lendo as críticas, mais para me rir do que por qualquer outra razão. Assim de repente, segundo os críticos do Público, só há dois filmes em dez que merecem os cinco euros e tal de investimento. Adivinhem… um está no King, o outro no Nimas! Aaaahhhh, surpreendente! Um é do Jacques Tati, de 1958, o outro é chinês!
Irrita-me a falta de objectividade, a incapacidade de reconhecer a vertente de entretenimento de um filme – porque, às vezes, a ideia é apenas essa, entreter, sem nenhum objectivo mais profundo ou rebuscado -, rotulando-o logo de “simplório” ou “previsível” (a palavra preferida dos críticos de cinema, que são umas verdadeiras Mayas! Ainda o genérico está a passar e já eles adivinharam o final), o achar que se é dirigido às grandes massas então é mau, e a mania pacóvia de contradizer o senso comum. Porque se toda a gente diz que “Zodiac é o melhor filme de David Fincher”, então nós vamos arrumá-lo com duas estrelas, porque se há gente que percebe de cinema no mundo somos nós, críticos portugueses.
Penso nesta gente e vem-me logo à ideia um bando de ex-alunos de Filosofia/Sociologia/Antropologia, pouco dados a banhos e com uma vida social mais deprimente que a de um urso panda, que fazem fogueiras com a Premiere e sonham com o dia em que a cerimónia dos Óscares será alvo de um atentado terrorista que faça a Cameron Diaz e o Brad Pitt em picadinho. Em três palavrinhas: não há cu.

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Teorias absolutamente espectaculares

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