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quinta-feira, abril 26, 2007
Então e trabalhar, não?

Passeava eu ontem alegremente pelo Chiado com uma amiga quando fomos abordadas por um daqueles jovens que por ali parasitam -porque é esse o termo- numa tentativa de saber se estariamos interessadas em contribuir para a sua casa. Ora tirando a velhinhos, eu tenho muita dificuldade em dar dinheiro. Menos ainda a gente desta. Porque vestirem-se de negro dos pés à cabeça, fingir que desconhecem o conceito tomar banho (e já nem digo todos os dias... mas assim... uma vez por semana, vá, se calhar não era despropositado de todo), ter cerca de 32 cães, cada um com o ar mais pulguento que outro, e virem para a rua tocar pífaro ou fazer malabarismo não é, nem nunca será, motivo para eu sacar da carteira. Menos ainda se o discurso for "ah, vejam lá se podem ajudar com qualquer coisa, porque temos que dar de comer à cadela, a polícia já nos bateu e ainda me faltam sete euros para uma refeição, por isso se pudessem contribuir com um euro cada uma....". Calma, calma, calma! Portanto, a coisa ainda começa mais ou menos bem, com um "vejam lá se podem ajudar com qualquer coisa". Só para não ouvir aquela ladaínha eu estava quase disposta a dar os meus generosos 20 cêntimos, juro que estava. Mas quando ouço "ainda me faltam sete euros para uma refeição, dêem-me lá um euro cada uma", a minha vontade foi dar-lhe uma palmadinha nas costas e dizer "toma juízo". Ainda faltavam SETE EUROS para uma refeição?? Mas onde é que este jovem estava a pensar ir jantar? Ao Eleven??? À Bica do Sapato? E um euro cada uma? Um euro são duzentos escudos! Estava indignada, prestes a pregar sobre as virtudes de ter um emprego à séria (porque mandar três bolinhas ao ar ao mesmo tempo e pedir dinheiro por isso NÃO É UM EMPREGO, digam eles o que disserem), mas fiquei calada. A minha amiga chegou-se à frente com 50 cêntimos. Medo de levar uma naifada nas costas, confessou-me ela depois.

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Teorias absolutamente espectaculares

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