Passatempo Pipoca- o resultado
Ora bem. Em primeiro lugar, obrigada pelas participações. Folgo em saber que os meus leitores são pessoas interessadas nos eventos aqui do estaminé e que perdem tempo com as minhas idiotices. Bem sabem que nem todos podem ganhar, mas todos saem daqui vencedores. Até porque bonito é participar e essas merdas. A competição foi renhida, tanto o Saramago como o Günter Grass tiveram imensa dificuldade em escolher um só vencedor mas, ao fim de dias de ponderação, está tudo tratadinho. Escolhi um primeiro lugar, que levará para casa um bonito kit Pipoca, e atribuí uma menção honrosa... que não leva nada. Vê o seu nome aqui no Pipoca e já é uma sorte. Portantosss, a graaaaaaaaaaande vencedora do "Passatempo Pipoca 150 mil já cá cantam" é a.... (sim, é uma gaja)... PICAS!!!!! Clap clap clap. A razão é simples: é uma mulher que usa a palavra "paxacha" no meio de uma bonita composição poética. Acho lindo. Acho requintado. Revela nobreza de carácter, no fundo. Ora então aqui vai:
"Estou com uma dor no lombo que não me aguento
E uma pontada que me arrepanha o costado
Quando bazo do trabalho
E vou bezerrar pr’a outro lado
Sem ter nada para fazer
Senão tirar burriés do nariz
Decido ir às compras
Procurar sapatinhos de verniz
Com um prejuízo inexorável
E muita peninha de mim
Recambio-me para casa
No tempo de um perlimpimpim
Vou comer sande de coirato
E beber uma bjeca
Quando venho parar a este blog
E penso: “- Coa’breca!
Decidi tomar um banho
Levei o meu patinho de borracha
E de tanto cismar neste blog
Esqueci-me de lavar a paxacha (não dá outra rima, pá! Se quiseres, censura!)
E depois desta inspiração
Que me passou p’la moca
Vou recambiar esta pérola
Para a boa da Pipoca!"
Que dizer sobre isto? Uma jóia da poesia contemporânea! E quanto ao uso da palavra "burriés"??
Quanto à menção honrosa - que, não sei se já disse, não dá direito a coisíssima nenhuma- foi atribuída também a uma menina, a Maria João Saleiro, que se dispôs a partilhar com o mundo as suas memórias de infância. A Pipoca gostou muito mas, infelizmente, não encontrou a palavra "pachacha" no meio do texto, e isso é meio caminho andado para se ganhar qualquer coisinha nos passatempos Pipoca:
"O sonho (não) comanda a vida
Tony! Coa´breca! És mesmo tu?
Hoje, ao ouvir o Rei do Olympia (por acidente, claro está!), com o seu “Sonhos de Menino”, resolvi partilhar com a Pipoca os meus devaneios de criança…
Já partilhei sonhos secretos com a prima que mora longe (e que não tem muita oportunidade de os tornar públicos), com a mãezona toda openmind, até mesmo com a bela e fofa da almofada mas, agora, com uma pipoca?? Uma pipoca??? Hum…
Uns pozinhos de perlimpimpim e lá estou eu com sete aninhos… caracóis diabólicos, joelhos esfarrapados, calçõezinhos com padrões duvidosos e t-shirt dos Ninja! E ai de quem me tentasse alterar a “tóiléte”! Ninja inexorável!
Maria-Rapaz que só eu, nunca sonhei com o Príncipe que viesse à minha procura com o Sapatinho de Verniz (o de Cristal era caro, e até nos sonhos revelo humildade!), nunca quis ser médica nem cabeleireira, nunca ambicionei ser uma Posh Spice, nem tão pouco sonhei um dia vir a brincar com o Patinho de Borracha do Gianechinni, numa banheira cheia de rosas vermelhas… na altura, talvez me entusiasmasse mais Patinho do Becas! Ingénua! Estupidamente ingénua…
Em vez disso, tinha sonhos muito mais profundos!!! Partir uma perna era o maior deles todos! Ou melhor, andar de muletas… carregarem a minha mochila… e escreverem-me “João + Benfica = Amor”! Hum, que cena tirada de um sonho! Torcer ou partir o pulso direito também era coisa para me fazer feliz! Desde que houvesse gesso à mistura onde pudesse escrever aquelas filosofias todas… óptimo! :)
Mas os sonhos não se ficam por aqui… e usar aparelho? E óculos? Fui das únicas “piquenas” que nunca usou uma coisa nem outra, e talvez seja por isso que, quando me perguntam se tive uma infância feliz, sinto um aperto neste meu coração de águia e fico com aquela cara de “Estou com uma dor de lombo que não me aguento”. E, não! Aos sete, a dor de lombo ainda não era obra da chica… a minha Passarinha (né, Pipoca?) ainda voava feliz… mais inconsciente que a “Ceifeira” do Pessoa… mas esqueçamos este pormenor!
Para completar o bolo, só falta mesmo… a cereja! Cereja que é como quem diz, pontos na cabeça! Cabeça rachada! Ambulância! Pânico na cara da mamã! Pontos!!! Oh, os pontos!! “Quantos levaste, Zé? 5?? Txi… fraco… eu tenho 8!!ahahahahah”. O must era vir tudo de rajada… gesso na perna, aparelho, óculos e pontos, muitos pontos… quantos mais melhor!
Hoje, com mais algumas gramas (!) de juízo, agradeço nunca ninguém ter feito questão de satisfazer esses meus sonhos. E, assim, perante a não menos doce Pipoca&Associados, prometo reconsiderar o Patinho de Borracha do Giane… ai prometo, prometo!".
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Teorias absolutamente espectaculares