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domingo, janeiro 14, 2007
Esdou gonsdipada

Acordei há uns minutos (sim, eu sei que são quatro da tarde, mas é Domingo, há algum plano melhor, há???). Estou ranhosa, entupida e com ataques de tosse que ameaçam atirar-me ao chão a qualquer momento. Não sei que raio se passa com o meu sistema imunitário, que já é para aí a terceira vez que me constipo nos últimos tempos. Deve andar armado em menino, não pode apanhar uma chuvinha, um friozinho mais acentuado, que fica logo assim, possuído pelo demónio. Na sala, o meu pai lança um risinho cínico cada vez que me ouve tossir, como quem diz "eu não te avisei que saír de casa em pleno Inverno com o cabelo molhado era capaz de não ser a ideia mais brilhante?". Ignoro-o. Se me perguntar, direi apenas que estou com "uma ligeira indisposição" e corro para a casa de banho a fim de abafar o som da tosse com toalhas, enquanto travo uma luta para que não me salte um pulmão.

Bom, mas o que eu ia explicar é porque motivo saltei da cama a estas horas. Não, não estive numa disconaite até às tantas a abanar o esqueleto. Não, também não tive uma noite de sexo escaldante. A coisa até começou bem. O plano era ir a casa das babes pôr à prova os meus talentos culinários. Acho que o espírito da Filipa Vacondeus baixou em mim, é assustador. A ideia era fazer francesinhas, coisa que nunca tinha feito na vidinha. Reuni as minhas melhores cobaias e vá de colar a barriga ao fogão. Não correu mal, há que dizê-lo. Pelo menos, ainda ninguém deu entrada no hospital com uma intoxicação alimentar. E já passaram quase 24 horas, portanto, diria mesmo que foi um sucesso.

Às francesinhas seguiu-se um violento campeonato de Buzz. É pena ter como amigas as pessoas mais batoteiras da Península Ibérica. Fora isso, teria ganho todos os jogos. A coisa estendeu-se até às quatro da manhã. E quando eu estava pronta a arrastar o meu corpo constipado até casa, eis que a Caty (a que diz kispo), sugere, sonsa como só ela: "então e se fôssemos à Gulbenkian ver a exposição do Amadeo de Souza-Cardoso que acaba hoje?". Se fosse uma piada teria tido muita graça, sim senhora. Mas ela estava mesmo a falar a sério. As outras, espertas que nem um alho, arranjaram logo desculpas muito convenientes, tipo "ah, já vi". Eu, este coração de manteiga, dei por mim a dizer "sim, vamos lá". E lá fomos nós. Pelo caminho, rezava para que fosse tudo um grande equívoco, que a Gulbenkian estivesse fechada, ou que estivesse um fila até ao Campo Pequeno capaz de demover qualquer pessoa ensonada... tipo eu. Nem uma, nem outra. A fila era, de facto, grande, mas a sonsa da Caty fez que não viu os meus olhinhos de Bambi e obrigou-me a esperar. De velhinhas a crianças, havia de tudo naquela fila. Eram cinco da manhã, for God sake! Pois que lá se entrou, esteve-se agradável, a exposição é catita e ainda deu para ver a irmã da Catarina Furtado completamente bêbeda e histérica, perante o olhar impassível dos senhores seguranças. Com esta brincadeirinha cultural, cheguei a casa às seis da manhã. A sério. Eu mereço.

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