Pub SAPO pushdown

sexta-feira, janeiro 19, 2007
Coisas boas de se jantar com um ex-namorado de há muitos anos:

- Já não há aquela vontade de o esganar, de lhe gritar aos ouvidos "COMO? COMO É QUE ME PUDESTE DEIXAR?" (ainda se pensa, mas já não se diz), de aproveitar cada deixa para lhe atirar isso à cara, tipo "ai a sopa está fria?? Se não me tivesses deixado se calhar isso já não acontecia, só estás a pagar por tudo aquilo que me fizeste!", de querer tirar nabos da púcara, saber se há outras e rogar-lhes daquelas pragas em que a coisa mais simpática que se deseja é que o guarda roupa delas pegue fogo (o que, em alguns casos, até seria uma benção);

- Não há clima de engate, não se tem que estar ali a fingir que se é uma pessoa muito interessante, com quilos de coisas giras para comunicar ao mundo e a tentar passar sinais libidinosos; também não se tem que pensar muito na toilette, uma daquelas produções que em linguagem homem-mulher significam "vai haver sexo no final do jantar". Não, um qualquer basicozinho está bom, é só um ex-namorado de há 500 anos. Se ainda houvesse sentimento, claro que teria apostado no meu kit mais elaborado, que em linguagem homem-mulher significa "atenta bem no que perdeste, meu...meu...banana!!!!";

- Todos os assuntos são passíveis de ser abordados. Mesmo todos. E é sempre simpático ouvir "não... o teu rabo não está maior";

- Se o rapaz trabalhar num sítio onde se fazem chocolates. podemos sempre ser brindadas com uma belíssima caixa de vinte quilos ... ainda que metade já venha derretida.

Coisas assim a atirar para o mau:

- Há um bocadinho aquela sensação de tempo perdido, tipo "eu devia era estar a jantar com uma pessoa nova, devia estar a fazer-me a alguém a esta altura do campeonato, mas não, estou aqui com o meu ex-namorado cuja coisa mais excitante que poderemos fazer é ele apanhar o sushi por mim porque hoje não me estou a sair bem com a merda dos pauzinhos";

- Dar umas boas gargalhadas. Ora isto é mau porquê? Porque cada vez há menos homens capazes de me fazer rir. E quando aparece um, vai-se a ver e já foi meu namorado, e as perspectivas de o voltar a ser são assim de... uma em..."infinitos"... para não dizer zero; O mesmo se aplica ao facto de achar o rapaz giro. Para que é que isso me serve, meu Deus, PARA QUÊ???

- A intimidade e confiança levam a que se confessem coisas que eu acho que preferia continuar sem saber. Eu preferia manter-me na ignorância relativamente a tópicos como:
  • "Uso touca de banho nos hotéis quando não quero molhar o cabelo"
  • "Acabei recentemente um caso com uma gaja que se vai casar"/"acabei um namoro perfeito porque achei que ainda tinha muito para viver" (não, não estava a falar do nosso namoro, que de perfeito teve pouco, mas este tipo de confissões deitam por terra o mito do "o meu ex-namorado? ai, é uma jóinha de moço!");
  • "Uso meias de lã tricotadas para dormir"

- Apesar de não haver sentimentos profundos, eu acho que fica sempre bem uma qualquer tirada do género "o meu maior erro foi deixar-te... estou profundamente arrependido... és tudo o que eu sempre quis... casa comigo" (seguido do devido ajoelhar e de um bonito anel em caixinha de veludo). Mas não, o máximo que consegui sacar foi um "pois, de facto portei-me um bocadinho mal contigo". E NOVIDADES, HÁ??? Pfffffff.........Sonso.

Nota: parece que o jantar com o comissário de bordo é esta noite. Estou morta para ver que desculpa usará desta vez. Voto num "hmmmm...ouvi dizer que vai cair um nevão em Lisboa... se calhar é melhor ficarmos em casa".

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