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sexta-feira, janeiro 05, 2007
As time goes by...

Aí há uns dois meses fui jantar fora e, eis senão quando, dou de caras com uma daquelas paixões assolapadas da adolescência. Conversita para cá, conversita para lá, xiiiii, a sério que já lá vão oito anos, e que é feito, já casaste, blá blá blá. Mais por simpatia do que por qualquer outra coisa, vá de trocar números de telefone e despedimo-nos com um "temos que combinar qualquer coisa", aquelas merdas que se dizem quando está mais que visto que nunca na vida nos iremos encontrar. Pois que me enganei. Esta semana, assim do nada, eis que surgiu um convite para jantar. Até aqui tudo muito bem, não tem nada demais. Mas dei por mim a pensar que quando uma pessoa começa a repetir cromos na caderneta, é porque algo vai muito mal. Sim, há quem defenda a tese de que as coisas podem não resultar numa determinada altura, mas que passados uns anos, quem sabe…? Eu sempre achei que as coisas têm um tempo para acontecer, que pensar "ah, não, daqui a oito anos é que nos vamos dar mesmo, mesmo bem" era assim a modos que idiota. Ok, na altura tinha 17 ou 18 anos, todas as paixões eram únicas e para a vida, era sempre tudo um drama de meia-noite….pensando bem, estou à beira dos 26 e continuo a pensar assim, mas pronto, não é nisso que nos temos que concentrar agora. A questão é que eu gostava à brava do miúdo, que ele nunca me ligou por aí além (ainda que tenhamos planeado ter sete filhos…) e que nem um beijo trocámos. Infame, desgraçado! E agora, oito anos passados, aqui está ele, com convitezinhos para jantar, e estás tão gira e o camandro. Devia era ter posto o meu ar mais dramático e dizer, com uma mão na testa, assim a modos de quem vai desmaiar, "bebé… o nosso tempo já lá vai… adio, adieu, auf wiedersehen, goodbye" (porque uma tirada de José Cid vai bem com qualquer coisa). Mas não foi preciso. Ainda eu estava a atender o telemóvel para combinarmos o tal jantar revivalista e já ele me estava a dizer que estava doentíssimo, com 37 de febre e que, coitado, estaria a próxima semana em Cuba, porque é comissário de bordo e tem uma vida muito difícil, uma semana em Cuba, outra nas Caraíbas, pequenos-almoços em Paris e jantarinhos em Roma. "Ia-te levar a um sítio tão giro… mas pronto, quando voltar vamos sem falta". 'Tá bem, filho. Pelo sim, pelo não, vou começar a treinar a cena do desmaio em frente ao espelho. Animam uma rapariga e depois é isto... hmmmppppffff!

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