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sexta-feira, março 10, 2006
Quem dá à Pipoca, empresta a Deus

Tenho um problema com dinheiro. É verdade, assumo aqui perante tudo e todos, sem qualquer espécie de vergonha e com a esperança que me ajudem. Chego aí ao dia 10 e já estou a fazer tracinhos na parede, para ver quanto tempo falta até ao próximo subsídio de desemprego, essa fortuna, e à ajudinha mensal dos papás. Cheguei a um ponto em que já nem preciso de consultar o saldo para saber que o dinheiro lá está. É assim uma espécie de telepatia que me faz correr para a Zara com a certeza absoluta que já me posso desgraçar sem que o cartãozinho me deixe ficar mal.
No início do mês estipulo sempre um plafond para compras, que é imediatamente ultrapassado no primeiro dia.. .ok, na primeira hora. E depois passo o resto do mês a penar, a fazer malabarismos orçamentais para me aguentar. Tenho uma tese: acho que se não for consultando o saldo terei sempre dinheiro para tudo e mais alguma coisa. Tipo, olhos que não vêem, porta-moedas que não sente. Sim, porque enquanto eu não abrir esse site demoníaco que dá pelo nome de Caixa Directa, posso pagar jantares, sapatos, idas ao supermercado, etc e tal. Mas basta eu dar uma vista de olhos, assim rápida, para o dinheiro se esfumar. Por isso prefiro ir gastando até ao dia em que a simpática senhora da loja olha para mim com uns olhinhos de carneiro mal morto e me diz "la tarjeta no funciona". E lá terei eu que pôr o meu ar revoltado e exclamar bem alto "esta merda destes cartões portugueses são sempre o mesmo...! As vergonhas que me fazem passar!". Depois digo que vou ali ao multibanco tentar sacar dinheiro e nunca mais volto a pôr os pézinhos na loja.
Mesmo quando sei que tenho pouco dinheiro, não tenho qualquer espécie de problema em gastá-lo. Penso sempre que posso recorrer à conta tal, ou que gasto agora e que depois poupo noutras coisas, ou que a mamã manda sempre umas notinhas juntamente com a Sábado. Agora até arranjei uma latinha, daquelas da qual não dá para sacar o dinheiro, na esperança de conseguir poupar alguma coisa, mas tenho a certezinha que se me vir muito aflita arranjarei maneira de, qual McGuyver, enfiar uma faquinha pela ranhura e sacar umas moeditas, só para desenrascar. Ou então faço-a explodir, de maneira soft. Sou doente! Ajudem-me! Soubesse eu como fazer passar coisas em rodapé e já estavam a levar com o meu número de conta. Quem dá aos pobres, empresta a Deus.. sempre ouvi dizer!

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