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sexta-feira, março 17, 2006
"E agora?"

Se os homens têm o hábito de perguntar "então, que tal?" sobre a sua prestação sexual, as mulheres têm outro igualmente irritante e de difícil resposta por parte dos gajos, ou seja, o "e agora?", também conhecido por "o que é que isto significou?". O "e agora?" é uma pergunta lançada amiúde, normalmente depois de um beijo, de uma ida para a cama ou de coisas tão simples como um cafézinho, um cinema ou uma conversa telefónica. Confesso-se uma fiel partidária do "e agora?", sobretudo desde que se inventou que as pessoas se comem durante meses a fio e que isso não significa rigorosamente nada, nenhuma espécie de relação ou de compromisso! Como há muito que os homens deixaram de perguntar "então, e agora?" (será que alguma vez o fizeram?), vejo-me quase sempre obrigada a ter que ser eu a puxar o famigerado assunto. Claro que há situações em que não vale a pena, que se percebe logo para onde é que as coisas se estão (ou não!) a encaminhar mas, mesmo nesses casos, eu gosto sempre de saber em que campeonato estou a jogar. Como disse recentemente a alguém, preciso de saber quais são as regras do jogo para o poder jogar convenientemente. Tenho-me como uma pessoa versátil, que se adapta a namoros, a casos mais longos ou a relações de uma noite. Preciso apenas que me expliquem qual das opções foi a escolhida, para poder agir à altura. Se há coisa que me irrita é não saber o que posso esperar da outra pessoa, o que posso exigir, o que me pode ser exigido. Até ter "aquela conversa" ando ali às voltas com a coisa, a pensar "então... mas....então... será que posso mandar mensagem? E de que tipo? Ele não achará abusado? Não me dirá que não temos densidade emocional para isto?". Depois da conversa, tudo corre pelo melhor, já sei qual é o meu lugarinho e cabe-me a mim aceitá-lo ou não e jogar segundo as regras que me são impostas... ou não.
O que descobri é que as pessoas são cada vez mais avessas a compromissos, daqueles à moda antiga. Acho que já referi aqui em posts anteriores a minha tristeza por já não haver pedidos de namoro, e por um beijo já não significar o início de qualquer coisa, mas pronto, os tempos mudam e uma pessoa tem que se adaptar, até porque os quinze anos já lá vão... (há dez!). Mas acho que se há coisa que eu continuarei a perguntar sempre será o "e agora?". Pode não ser assim tão directo, pode ser lançado de forma mais subtil, mas eu arranjo sempre maneira de sacar as informações necessárias à minha sanidade mental! Ai, é só sexo? Tudo bem, só sexo será! Ai é um "vamos ver no que isto dá?"? Ok, então vamos. Ai não há qualquer espécie de compromisso e podemos "frequentar" outras pessoas? Porreiro! Ai achaste péssimo e não queres voltar a repetir? Eu também achei fraquinho, ficamos por aqui. Ai até estás a gostar de mim e achas que comigo até faz sentido? Eu acho o mesmo, e agora?

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