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quarta-feira, janeiro 18, 2006
E ainda hoje é quarta-feira...

Quarta-feira. Estamos exactamente a meio da semana e é a partir daqui que se define se foi ou não uma semana simpática. Pelo andar da carruagem, cheira-me que a tendência será para piorar.

Coisas positivas:

- O centro de emprego ainda não se lembrou da minha existência...lembrou-se a semana passada, mas enviei uma justificação, "ai, que estou tão mal, ai que tive de ir ao médico", e pronto, a coisa passou-se. Desconfio que é apenas uma questão de dias até que me mandem mais uma bela missiva. A última carta com que me brindaram era para me apresentar para uma sessão de "técnicas de procura de emprego". Imaginei logo a coisa, eu e mais um conjunto de desempregados, com a secção de classificados do Expresso à frente e os senhores do Centro de Emprego a dizer "vá, vamos lá, hoje vamos todos aprender a fazer bolinhas vermelhas à volta dos anúncios de trabalho que vos possam interessar. Isto é meio caminho andado para uma carreira de sucesso! Muita gente famosa começou assim, a fazer bolinhas vermelhas em classificados!".
- Ganhei, finalmente, coragem para desistir daquele estágio manhoso que me fazia saltar da cama às sete da manhã. Liguei para lá a dizer que me tinha tornado correspondente de um jornal português e que, como tal, não podia estar a queimar neurónios (que já não são muitos) em frente a um computador e no meio de gente chata e completamente desinteressante. Claro que a parte do jornal português não é bem, bem verdade... pronto, ok, é mentira! Mas sou correspondente de uma mui conceituada revista de vinhos e restaurantes e escrevo textos super elaborados como se percebesse realmente alguma coisa daquilo que estou a dizer!

Coisas negativas:
- Em cerca de quatro ou cinco dias, duas viagens ao LIDL. Claro que na última, ontem, levámos o Príncipe connosco, que sempre são mais dois bracinhos vigorosos para acartar com batatas, mozzarellas, bananas e outros que tais. Todos os produtos que temos em casa são desta bonita superfície comercial. De vez em quando lá cometemos um luxo e compramos um coisinha ou outra no El Corte Ingles. Bonito, bonito é a minha amiga Caty (a que diz kispo), que faz compras no LIDL mas as enfia em sacos do El Corte porque, como ela mesma diz, ninguém precisa de saber o quão pobres somos.
- O nosso pequeno aquecedor morreu. Ao fim de dois meses de uso intensivo (dez a 14 horas por dia) e de uma conta da luz pra cima de 100 euros, o nosso bebé ficou-se. Ainda liga, ainda dá um arzinho do seu calor, mas não se aguenta mais de meio minuto. É que apesar de pequeno aquilo era uma verdadeira força de calor, que punha a sala quentinha em três tempos. Ontem dei por mim, às três da manhã, a trabalhar no computador com um saquinho de água quente em forma de coração em cima das pernas. Atingimos o limiar da pobreza. Já não sentia o nariz, nem as mãos, e acho que ainda vi passar um outro esquimó.

E ainda hoje é quarta-feira...

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