Segundo o consulado, sou uma pessoa... "normal"
Se em Portugal o meu ódio de estimaçao é o Centro de Emprego, em Espanha nao posso deixar de eleger o Consulado Português como a instituiçao mais inútil que se criou por estas bandas. Hoja lá me arrastei eu até esse bonito sítio a fim de pedir uma procuraçao. Chego lá, e em vez de me receberem com um caldo verde quentinho, ou umas queijadinhas de Sintra, levo logo com um "vao ter que começar a vir mais cedo, que isto fecha às duas". Olhei discretamente ao meu redor, pra ver de quem é que a senhora estaria a falar, visto que eu estava sozinha. Concluí que referir-se a mim no plural era uma mera figura de estilo, tipo "vocês, portugueses, vao ter que perder essa mania de chegar em cima da hora a tudo quanto é sítio". Olhei para o relógio e limitei-me a dizer "pois, mas ainda sao só uma e vinte e cinco", pelo que fui imediatamente brindada com um "pronto, tenha calma". Irritada que só eu, consegui responder no tom mais negligé: "minha senhora, eu tenho toda a calma do mundo". Enfim, fui atendida rapidamente e como já levava a papelada toda feita despachei-me num tirinho (bela expressao!). Quando me viu novamente na recepçao, pronta a pagar ONZE EUROS pela merda da procuraçao, a senhora desfez-se em desculpas: "já está despachada? Tao depressa? Isto de trazer os papeis já preenchidos realmente faz toda a diferença. É que a maior parte das pessoas vem para aqui com tudo por fazer, e depois perde-se imenso tempo. Foi só por isso que eu lhe disse que já eram quase duas horas, mas pronto, o seu caso foi diferente... é uma pessoa normal, digamos assim. Entao e o que é que está cá a fazer em Madrid?". Enfim, melhores amigas. Realmente, o território português é igual no mundo inteiro.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Teorias absolutamente espectaculares