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segunda-feira, agosto 08, 2005
Silêncio na praia, PLEASE!

É que não há uma puta de uma vez que eu vá à praia e não me calhe gente histérica ao lado! Desta feita estava eu com as minhas babes em Porto Côvo, a descansar de um Sudoeste intensivo, quando começo a ouvir uma pessoa chorar. Assim logo à primeira, ainda meia a dormir, pensei que se tratava de um sonho (pesadelo??), mas depois acordei e constatei que era verdade. Pois que a miuda do chapéu do lado se tinha perdido da tia, e então chorava que nem uma Madalena, como se a vida tivesse acabado. Convém dizer que a "pequena" era uma texuga aí com dez ou onze anos que, após se ter perdido da tia, voltou para o chapéu, onde estava a chorar baba e ranho junto a outra tia.

Passados uns minutos, eis que chega a tia desaparecida, afogueadíssima e pronta a contar a sua versão do "rapto". Expressiva que só ela, com um timbre de voz que metia a Júlia Pinheiro a um canto, lá começou a dizer que andava nas barracas dos ciganos, a ver os farrapos, quando disse à miúda que ia à casa de banho "fazer cocó". Foi então que enquanto a senhora estava a aliviar as tripas, a Patrícia (era o nome da miuda) se perdeu. "E fiquei logo nervosa, que aquilo era só ciganos, e o meu miudo começou a dizer "oh, mãe, e se roubaram a prima?" E eu só gritava "oh, Patrícia, oh Patrícia!". Mas fizeste bem em vir para aqui [dizia ela à Patrícia], e isto serve para eu abrir os olhos. Prá próxima, quando andarmos a ver farrapos não sais "dópé" de mim, ouvistessss?".

Finda a história do desaparecimento, começou o relato das compras nos ciganos. "Comprei uns chinelos pro Fernando [o marido], pra ele usar quando vai prá piscina, uns pro Gonçalo [o puto], e uns pra mim. Pra mim comprei um 39 que eu gosto deles grandes. Todos a 3,5 euros. Havia de 4,5, mas eu disse logo "isso é que era bom, os de 3,5 servem bem". Mas os ciganos devem achar que os portugueses são pobres, vendem tudo tão barato!!!".

Bom, depois chegou a hora de berrar com os putos. Duas da tarde, um calor de morte, e a senhora entendia que não devia deixar o miudo ir para a água. "Vais mais daqui a bocadinho. Vai jogar às raquetes para DESMOER a comida", gritava ela. Enfim, está bom de ver que com uma vizinhança destas não há quem consiga dormir a sua sesta descansadinha.

Vou ver se desencanto aí uma praia de surdos mudos... ao menos o silêncio é garantido.

1 comentário:

Anónimo disse...

adoro o silêncio na praia, é tão relaxante e raro hehehe

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Teorias absolutamente espectaculares

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