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quarta-feira, agosto 31, 2005
Casamentos sucks!

Este mês tenho mais um casamento. O segundo do ano e o oitavo da família da parte da minha mãe, ou seja, dos primos. Não me lembro do primeiro casamento, era piquena, tinha dois ou três anos, mas lembro-me bem do segundo, o do primo Luís. Nessa altura a mesa dos primos solteiros era grande, penso que nem deviamos caber lá todos. Era divertido, a malta ria-se muito, alambazava-se à grande na mesa dos queijos e dos camarões e voltávamos para casa contentinhos da vida. Até era giro ir a casamentos nessa altura. De repente, de um momento para o outro, os primos passaram-se todos e largaram a casar como se o mundo estivesse à beira do fim. Só entre Maio do ano passado e Setembro deste ano três primas decidiram dar o nó. O último casamento foi deprimente. Fui recambiada para a mesa dos solteiros, na qual já só constava eu, uma prima dois anos mais velha, um primo de 30 (encalhado, coitadinho), dois mais novitos, aí com 13 ou 14 anos, e a tal que se vai casar agora este mês, com o respectivo apêndice (e que, daqui em diante, figurará nas ilustres mesas de gente crescida e casada).

Ir a casamentos tornou-se um verdadeiro suplício. Não há boda em que não venha de lá a tia perguntar "então o namorado? Não veio?". E a pergunta repete-se, insistentemente, ao longo do dia fatídico. Os primos já casados, antes solteiros e bons companheiros, também já não ajudam. Na verdade, acho que são os primeiros a chegar ao pé de nós, com o cônjuge pelo braço (para mostrar que, finalmente, alguém lhes pegou), e a perguntar com um arzinho meio cínico "então... quando é que é a tua vez?". E nestas alturas só há três coisas a fazer:
1- Contar até dez, esboçar um largo sorriso, dizer "vou ver se os croquetes estão bons de sal" e dar meia volta;
2- Responder com um vago e bonito "um dia serei eu a afortunada";
3- Passar-me de vez e cortar todos os laços familiares com um "ah! Então ninguém vos disse que eu sou lésbica? Pois é, enquanto os casamentos entre homossexuais não forem legalizados cá em Portugal, não há cá comes e bebes para ninguém! Mas prometo que no próximo enlace familiar vou trazer a minha gaja, e em vez daquela seca da valsa nós podemos sempre fazer um show lesbiano ao vivo, que vos parece?"

Casamento após casamento a pressão aumenta, como se eu tivesse 47 anos, um peso acima dos 90 kilos e uma verruga peluda, factores que me impedirão de arranjar um bom partido. Família, hello??? Eu tenho 24 anos, sou uma verdadeira bomba, e se vocês soubessem da minha vidinha amorosa dava-vos um fanico que nunca mais se recompunham. Por isso não se preocupem, se eu não levo ninguém aos casamentos é só para os poupar de mais um dia de pura seca. E também, para levar um namorado diferente a cada casamento e ficar para todo o sempre rotulada de" grandessíma doida e inconsciente que nunca mais assenta", mais vale estar quietinha e ir só avec papá e mamã! Claro que já estive mais longe de passar o copo de água na mesa das crianças, mas entre isso e os casaizinhos melosos, venha o diabo e escolha!

1 comentário:

nhec nhec disse...

Adorei :)
é como me sinto neste momento, mas ja tenho 28anos, devo estar msm encalhada.

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Teorias absolutamente espectaculares

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