Quer combater a celulite? Não me pergunte como
Se há estação da qual eu gosto é do Verão. Gosto, pronto. Lisboa fica vazia, é possível estacionar calmamente, sem ter que andar ao estalo para conseguir um lugarito, as pessoas ficam mais bronzeadas e, consequentemente, menos feias, Portugal enche-se de festarolas de aldeia com artistas do mais alto gabarito... enfim, só coisas boas. E, claro, também não há futebol nem política, o que é meio caminho andado para um ou dois meses na paz dos anjos.
Mas o Verão também tem todo um lado mau e sobre o qual me debruçarei nas linhas que se seguem. Um mal que se propaga enquanto o diabo esfrega um olho e que dá pelo nome de CELULITE. Sim, escrito em maiúsculas e tudo, para perceberem bem a dimensão deste flagelo que se torna mais dramático quando chega a hora de ir para a praia em trajes menores.
Odeio a celulite com todas as minhas forças, e ela também me deve odiar a mim, dada a fúria e a velocidade com que se instala em certas zonas do meu corpo, muito bem localizadas, por sinal. E é tão víbora, tão víbora, que parece estar mesmo à espera que arranque a época balnear para se tornar ainda mais saliente. Se pudesse desvendar um segredo à minha escolha seria esse: como exterminar a casca de laranja em dois minutos, mas de forma a que lhe pudesse infligir também algum sofrimento. Do género, enfiá-la num frasquinho e deixá-la agoniar lentamente, até que me implorasse, em desespero, “não, por favor, eu prometo nunca mais me alapar nas tuas pernas” (giríssimas, por acaso). Enfim, no mundo ideal seria assim, mas no mundo real sou obrigada a conviver com essa peste, como se alguma vez lhe tivesse endereçado um convite para que passasse umas férias vitalícias no meu rabo. É o fim...
Se calhar pareço alucinada, mas eu estou profundamente convicta que a celulite é uma coisa com vida própria, que pensa e que faz os possíveis e os impossíveis para nos tramar. É que só isso justifica que ela não desapareça nem por nada. Uma pessoa gasta uma fortuna em cremes, comprimidos, ginásios e afins, e a sonsa mantém-se ali, gelatinosa e irritante como só ela.
E é claro que isto me obriga a tomar medidas drásticas na praia, como ir enrolada na toalha até à água, dar um mergulho e sair a correr, na esperança que ninguém repare naquelas bolinhas demoníacas. Mas eu juro, aqui, diante de todos vós, que não me vou deixar vencer e que vou descobrir a cura para este tormento. Não acreditam, é? Tudo bem, quando me virem em Estocolmo, a receber o Nobel, depois falamos.
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